Oi, gente!
Eu estava sem internet, consegui só agora, depois de alguns dias desconectada do mundo haha. Escrevi todos os dias, mas não vou postar tudo porque se não vai ficar um post gigante.. Vou copiar o que escrevi nos dois primeiros dias e amanhã posto o resto, ta?
Ah, e não sei como deixar as imagens mais grandinhas (se alguém souber e quiser falar nos comentários, agradeceria muito!), mas se clicar em cima elas ampliam!
Quinta, 30/01:
Continuando a saga de ontem, acabou que meu vôo era no terminal 2 mesmo! No vôo, foi tudo muito tranquilo, fora um atraso de duas horas, por conta de uma conexão. Assim que os 80 passageiros que faltavam chegaram, começou o procedimento do vôo. Primeiro, preciso registrar o meu agradecimento pela aeromoça super atenciosa que veio me ajudar com cada detalhe: ela foi até atrás de comida vegetariana pra mim! Achei muito simpática, porque nem era trabalho dela fazer isso (eu que deveria ter pedido antes) e ela fez na maior boa vontade.
Eu sentei ao lado de um cara muito legal, que veio pra cá muitas vezes, á trabalho, e me deu várias dicas, tanto sobre a cidade, quanto sobre outras que eu poderia visitar. Como eu estava muito cansada, assim que o avião decolou (e eu comi hehe), peguei no sono. Acordei umas 3 vezes, mas no geral foi tudo ótimo. Até assisti The Great Gatsby, que eu já queria ver mas não tinha tempo (super recomendo, aliás).
Chegamos no aeroporto de Milão no horário, mesmo com o atraso inicial. Na hora de passar pela alfândega (imigração? nunca sei haha), comecei a ficar com medo de não saber responder possíveis perguntas, porque meu italiano é basico e eu tenho traumas anteriores (em Londres a mulher fez perguntas por QUARENTA minutos, sendo que eu tinha todos os docs na mão). Comecei a procurar urgentemente um tradutor, mas acabou que a minha ansiedade foi super desnecessária: o moço olhou meu passaporte, carimbou e pronto.
Pra pegar a mala também foi tudo certo e, assim que eu saí da sala, avistei u senhor com um cartaz com o meu nome (a minha mãe reservou transfer pra mim. Obrigada, mami!). Tentei me comunicar com ele, mas tanto o meu italiano quanto o inglês dele são precários, então não deu muito certo (mas as mímicas foram muito engraçadas hahah e ele era super prestativo).
A vinda até Pavia foi maravilhosa. Achei a paisagem encantadora, mesmo no frio, e as cidadezinhas que a gente passava eram todas muito charmosas. Eu cheguei numa cidade e comecei a tirar fotos loucamente, tinha achado super fofa. De repente, o motorista aponta e fala que é Pavia! Fiquei tão feliz! Encontramos o meu prédio rapidinho, e também achei ele super charmoso.
O porteiro do prédio já se apressou em ajudar assim que chegamos, e super se esforçou pra falar em inglês comigo. Pegou as malas, mostrou onde era o apartamento, explicou como funcionava pra entrar e sair do prédio, etc. Ele tentou me levar pra falar com a coordenadora do prédio, mas ela já tinha ido embora.
Depois disso, entrei no meu prédio e, por fim, no meu apartamento, que eu sinceramente não amei. Achei muito pequeno, a cozinha (que é a mesma para o andar todo) também é pequena, e o banheiro é menor ainda. Apesar de não ser o que eu esperava, arrumei as coisas e ficou mais bonitinho, comecei a gostar mais.
Quando terminei de arrumar as coisas decorativas, fui ao mercado. Problema: não fazia ideia de onde tinha um e nem de como chegar lá! Na hora de ir, encontrei com uns 4 estudantes, mas nenhum conseguia me entender. Até que apareceu um palestino que falava inglês e, super querido, me explicou o caminho até o mercado e até se ofereceu pra me levar até lá (não aceitei, coitado, tava -3º).
Agradeci e fui na direção que ele me mostrou super feliz, pisando na neve mais alta etc hahaha. A neve me lembrou Oxford, e deu vontade de fazer esse intercâmbio valer tanto a pena quanto o último, fiquei bem empolgada. Eis que uma hora piso numa parte que a neve tava TOTAL derretida (juro que não dava pra ver!), e entrou muita água na minha bota, passei super frio hahah (isso me lembrou de comprar outra bota, de preferência galocha, urgentemente).
Enfim, no meio do caminho pro mercado, eu vi uma padaria coisa mais fofa, com mil pãezinhos de diversas formas na frente. Não pensei duas vezes e entrei lá. As duas mulheres que estavam atendendo foram muito educadas. Assim que respondi o “ciao” delas, fui logo perguntar se elas falavam inglês. A moça que me atendeu deu um pulo, pôs as mãos na boca e falou “ah, inglese!” como se fosse algo super assustador hahahha eu comecei a rir e a tentar me comunicar, no final fiquei super feliz porque consegui fazer o pedido em italiano. Ah, a torta que eu pedi era divina, recheada com um creminho de queijo muito bom.
Voltei pra casa encharcada, a neve que tinha se acumulado no cabelo e no casaco derreteu. Tive que comer a torta com guardanapinho e na mão, porque não tem talher (nem copo, nada) na cozinha.
Depois que terminei de arrumar as coisas da mala no guarda-roupas, um pessoal bateu na minha porta. Eram duas meninas e um cara, carregando um bolo giga com uma vela de 22 em cima hahaha eles perguntaram se eu tinha isqueiro, falei que não e papeamos um pouco.
Depois disso, eu fui tomar banho, o que teria sido a pior experiência até agora se não fosse tão engraçado. Ocorre que o espaço que eu tenho pra tomar banho é tipo 1m (juro que não da pra passar shampoo sem sair do espaço), e o banheiro é aqueles de cortininha. Já não estava amando a ideia do espaço pequeno, imaginem com a cortina vindo o tempo todo pra cima de mim! Quando abri o chuveiro, percebi que ele era virado pra parede. Sério, a água cai diretamente na parede, com algumas gotas pra cima de mim. Sei que no final do banho parecia que eu estava sendo atacada por um urso ou algo assim, porque estava na direção da parede, mega encolhida pra conseguir um pouco de água, com a cortina toda vindo pra cima de mim e uma cara de pavor tentando tomar banho sem encostar na cortina hahaha.
Depois do banho eu liguei pros meus pais, tentei usar a internet (TIM amada cortou) e agora estou indo dormir!
Boa noite, gente!
Sexta, 31/01:
Oi, gente! Hoje meu dia foi muito legal, apesar de eu ainda estar me adaptando aos costumes locais...
De manhã, acordei atrasadérrima. Devo ter dormido umas 11 horas haha desci na sala da coordenadora pra pegar uns papéis e reclamar do chuveiro. Quando eu cheguei, primeira surpresa: ela não estava lá! Fui até a portaria, eles ligaram pra ela, e ela apareceu em uns 10 minutos. Eu fiquei mega surpresa, porque o horário de trabalho dela era das 9:30 ate as 12, todos os dias! Fiquei meia hora tentando entender como funcionava a economia do país (supondo que seja assim em todas as regiões), porque simplesmente não tem como movimentar bastante dinheiro nesse tempo!
Enfim, cheguei lá e a mulher não falava inglês. Comecei a improvisar o italiano, e deu super certo, fiquei bem feliz haha até consegui deixar bem claro o desgosto com o banheiro. No meio da nossa conversa de papelada e tudo o mais, entrou um menino na sala. Ele vai embora na próxima sexta, e queria acertar tudo com ela.. Enquanto ela ia tentando me explicar o que eu tinha que fazer (e é bastante coisa, tão burocrático quanto no Brasil, se não mais) e onde eu tinha que ir e eu não entendia nada – já não sei me localizar direito no português, imagina em italiano -, o menino falou: eu te mostro onde você tem que ir. Nossa, que alivio! Depois disso a mulher me deu a péssima notícia que pra ter internet, eu precisaria de um CPF italiano (sabe deus porque, já que é só ela me passar o código), e já que ela não ia mais trabalhar o dia todo, só conseguiria segunda. Falou também que ia mandar alguém pra arrumar o meu chuveiro segunda ou terça (amei a imprecisão), pediu pra eu assinar uma papelada e só.
Eu fiquei esperando o menino (Giannis, da Grécia) fazer as coisas que ele tinha que fazer lá e depois ele me mostrou o que eu precisava fazer, contou onde ir etc. Depois que ele deu as dicas básicas da cozinha, do aquecedor e esses detalhes do alojamento, me mostrou como ir até o centro. Tem que pegar um ônibus – os estudantes aqui em Pavia tem a opção de comprar um cartão, por 12 euros, e andar o tanto que eles querem, por um ano! Problema: pra fazer esse cartão precisa do maldito CPF hahaha. Sorte que, saindo do meu alojamento, e bem perto de onde tem o ponto de ônibus, tem uma banca que vende os tais biglieti, no caso os tickets do ônibus. Comprei um e, um pouco depois que entramos no ônibus, veio um homem falando “biglieti, per favore”. De acordo com o Giannis, isso só tinha acontecido antes uma vez hahaha.
Quando chegamos no centro, descemos do ônibus. Achei a cidade um charme, cheia de construções antigas, me lembrou um pouco Buenos Aires. Vimos vários cafés, e depois fomos até a Universidade, pra eu ver tudo o que precisava fazer por lá de papelada etc.Eis que, chegando lá, estava fechado! Gente, era sexta-feira!!! Ai tinha uma plaquinha de horário de trabalho, também das 9:30 as 12, exceto nas quartas-feiras que é tipo das 15:30 as 17. Ai fomos no lugar de fazer o CPF e também estava fechado. Fórum, fechado (e eu que achava que no Brasil era um exagero o fórum abrir só a tarde). Fomos na loja do celular, fechada. Fiquei mega revoltada hahaha mas depois fomos ver uns pontos turísticos, o Duomo e o rio daqui (que eu não lembro o nome), que eram lindos.
Depois disso, fomos ao mercado pra eu comprar o básico pra comer. Aqui, as sacolinhas do mercado são pagas: cada sacola plástica (tipo as que tem no Brasil, mas um pouco maiores) custam 0,10 euros, e umas amarelas bem grandes e mais resistentes são 1 euro, se não me engano, mas dá pra usar várias vezes. Como o mercado que a gente foi era bem pequeno, não tinha da amarela, então comprei 3 de saquinhos. Cheguei no apto, arrumei tudo na geladeira micro da cozinha. Enquanto estava lá, conheci um outro vizinho meu, o Paolo. Ele não sabia falar inglês muito bem, o que foi bem bom porque me forçou a falar italiano. Achei muito legal que ele falou: “eu gosto muito daquela música ‘já sei namorar’”. Fiquei feliz porque pelo menos o povo não conhece só “ai se eu te pego”, mas algumas boas também hahha e porque não sabia que a música era tão famosa.
Depois, vim para o quarto. O Giannes ia sair com uns amigos dele e depois ia me emprestar a internet, então eu vim escrever o post e esperar ele chegar pra poder postar. Quando ele chegou, conseguimos conectar o meu computador, mas por muito pouco tempo. A internet aqui funciona assim: cada estudante tem a sua própria senha, e só pra acessar de um computador. O Giannes tinha um programa que dividia a internet, então tentamos fazer isso. Quando eu fui tirar o carregador da tomada pra ver se dava pra dividir, A LUZ CAI. Sérião. Só no meu apartamento, por sinal. To começando a achar que é um sinal de Deus tipo sai daí e vai pra outro lugar mais ajeitado ahahha. Fomos à recepção, pedimos pra uma mulher que estava lá arrumar, e ela falou “só um minuto, já subo” e depois de um tempo veio aqui arrumar. Conseguimos conectar na internet por alguns minutos, mas não tava funcionando muito bem, consegui só fazer o básico que precisava pra AIESEC e dar noticia pra alguns amigos.
Nesse meio tempo, uns amigos do Giannes ligaram pra ele pra chamar pra sair. Ele disse que ia e pediu se eu queria ir junto, assim já conhecia mais pessoas. Eu fui e foi a melhor coisa possível: conheci bastante gente, alguns italianos e outros intercambistas, e me diverti um monte. Fomos a um bar bem parecido com os pubs da Inglaterra. Lá, tinha umas 50 pessoas, todas muito legais e simpáticas. Conversei mais com a Marta, da Ucrania (acho), o Abdula, da Jordânia e o John, da Austrália. Achei bem estranho que aqui, assim que as garçonetes entregam os pedidos, elas deixam a conta na mesa, e voltam depois de uns 10 minutos pra pegar o dinheiro – e sem troco separado, ou você tem o dinheiro contadinho ou você da um jeito de acertar com os amigos depois. Eu pensava que aqui em qualquer lugar aceitariam cartão, porque é assim na maioria dos lugares, tanto no Brasil quanto nos outros que eu visitei... Mas nada de maquininha na hora de pegar a conta.
Depois de um tempo, chegou um grupo com uns 5 italianos bem simpáticos, eram 4 meninos e uma menina. Na hora que a menina estava indo embora e dando tchau pra todo mundo, ela veio parar do meu lado, e os meninos pediram porque ela estava indo tão cedo. Nisso, ela fala “ah, é que na organização que eu trabalho vão vir uns intercambistas pra cá amanha, ai eu tenho que acordar cedo pra arrumar tudo pra eles..” nisso eu olho pra ela: “você trabalha na AIESEC?????” E ela, toda empolgada: “SIM! Você conhece?”. Eu falei que trabalhava lá também e começamos a conversar por muito tempo. Ela é muito fofa, já se ofereceu pra me mostrar a cidade, como tudo funciona, chamou pra ir no Global Village daqui, pra conhecer os amigos aiesecos dela... Acabou que começamos a conversar e ela esqueceu de ir embora hahha. Conversando com ela, eu descobri que só em alguns lugares as pessoas trabalham só 2h30 por dia hahaha. Normalmente, eles fecham as 12 e reabrem as 15:30... Fiquei mais feliz de saber disso haha.
Ficamos no bar até meia noite, mais ou menos, e saímos de lá. Como estávamos em um grupo grande, o pessoal demorou bastante pra decidir onde ir. Nesse tempo da decisão, ficamos numa praça que tem aqui (Piazza Victoria, se eu não me engano), e tinha MUITA gente lá. Conversando com os italianos eu descobri que é costume daqui o pessoal se reunir nas praças, e achei bem legal, demonstra a segurança da cidade.
Fomos pra outro pub, mas estava lotado, sem nenhum lugar pra sentar e bem tipo sardinha enlatada mesmo, então saímos de lá rapidinho. Depois disso, todo mundo decidiu que iria para o Nirvana, uma balada daqui. Eu, a Marta, o Abdula e a Emilia (italiana da AIESEC) queríamos voltar pra casa, então viemos. A noite no geral foi muito boa, gostei bastante de todo mundo que eu conheci.
Ah, e achei muito legal que todo mundo tem muita curiosidade sobre o Brasil! As pessoas conhecem capoeira , só um achou que falávamos brasileiro e não português, falaram bastante da melhoria na economia, todos falavam dos problemas políticos com a copa (acho que o vídeo da Carla na época dos protestos chegou até aqui), e só um tinha uma visão que que o Rio é perigoso, os outros todos ficavam tipo “ah, deve ser lindo lá!”. Ah, e ninguém achou que a capital era São Paulo, a maioria conhecia Brasilia. E fomos confundidos com a Argentina só uma vez ahhaha mas a pessoa logo reparou o erro.
Bom gente, vou dormir! Boa noite!
Amanhã posto o que escrevi de sábado, domingo e hoje! Beijo, gente!
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